Caiu do céu o mais recente filão econômico da cidade de Varginha, em Minas Gerais. Conhecido exportador de café, o município ganhou súbita fama nacional graças a um produto que nada tem a ver com terra. Às 15h30 de um ensolarado sábado, 20 de janeiro, três garotas desciam a trilha de um terreno baldio do bairro Jardim Andere, a dois quilômetros do centro da cidade, quando uma delas, Liliane Fátima Silva, 16 anos, olhou à sua esquerda e gritou. Uma criatura estranha, com três protuberâncias na cabeça e pele viscosa estava a cerca de sete metros de distância, próxima ao muro que divide o terreno com uma oficina mecânica. "Estava agachada, com os braços compridos no meio das pernas", lembra a garota."Vi primeiro os olhos, enormes e vermelhos." Com medo, Liliane virou de costas, enquanto sua irmã Valquíria, 14 anos, e a amiga Kátia Andrade Xavier, 22 anos, continuaram a observar. "Não era bicho nem gente, era uma coisa horrível", afirma Kátia, que trabalha como empregada doméstica e tem três filhos. "Ele parecia abobado, não fez nenhum barulho", completa Valquíria. A criatura, no entanto, esboçou um leve movimento com a cabeça e as três garotas saíram correndo. Quarenta minutos depois, a mãe de Liliane e Valquíria, Luiza Helena Silva, 38 anos, chegou ao terreno baldio para averiguar o que tanto assustara suas filhas. Nada encontrou. A história ganhou proporções porque, aparentemente sem nenhum tipo de comunicação com Liliane, Valquíria e Kátia, o casal de trabalhadores rurais Oralina Augusta e Eurico Rodrigues afirmou ter visto, na madrugada do dia 20, um Objeto Voador Não-Identificado. Eles dormiam na casa da fazenda de 150 alqueires que fica à beira da estrada que liga Varginha a Três Corações quando foram despertados pelo barulho dos animais. "O gado corria de um lado para o outro no pasto diante da nossa janela", conta Eurico. "Olhamos para o céu e vimos um objeto cinza, com formato similar ao de um submarino, do tamanho de um microônibus, sobrevoando o pasto lentamente, a cinco metros do solo", descreve Oralina. "Ele soltava uma fumaça esbranquiçada, não tinha luzes nem fazia barulho." Na cidade, a associação entre a nave e o ET que apareceu 14 horas mais tarde foi imediata.
Advogado e professor de direito em uma das quatro faculdades da cidade, Ubirajara Franco Rodrigues, 40 anos, começou a investigar o caso no dia seguinte. Ufologista há mais de duas décadas, estima que apenas 1% das descrições de avistamentos de naves espaciais é verídica. Para ele, o caso de Varginha é a exceção que confirma a regra. "O que elas viram era, de fato, uma criatura desconhecida na Terra", afirmou Rodrigues. Ele concluiu, ainda, que pelo menos duas entidades biológicas extraterrestres, o nome pelo qual os ufólogos designam os ETs, estiveram na cidade no dia 20 de janeiro.
Desde então, uma legião de estudiosos do fenômeno aportou em Varginha. Mais precisamente, 66 ufólogos já passaram pela cidade para realizar investigações. "É um caso sem precedentes em nossos registros", diz o engenheiro Claudeir Covo, presidente do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (Infa). O professor de psiquiatria da Harvard Medical School, John Mack, que pesquisa encontros humanos com alienígenas, deslocou-se dos Estados Unidos para fazer uma série de entrevistas com as mulheres. O fenômeno acabou extrapolando o círculo de estudiosos do tema. Apenas o Fantástico, da Rede Globo, dedicou-lhe três reportagens. Na pele do ator Reinaldo, o ET chegou ao programa Casseta & Planeta . Ao assistir a si próprio na Globo, o prefeito Aloysio Ribeiro da Silva (PPB) estava feliz da vida. "O ET deu uma tremenda publicidade para Varginha", vibrou. "Estou disposto a patrocinar um encontro internacional de ufologia."
Antes de organizar um evento deste porte, os ufólogos pretendem concluir uma investigação que já leva quatro meses e aponta o Exército como responsável pela captura e ocultação de pelo menos um dos dois ETs que teriam aparecido em Varginha. Em documento assinado por dez entidades, eles apontam "uma verdadeira e complexa operação envolvendo autoridades militares e profissionais civis, que resultou na captura de criaturas não classificadas biologicamente, as quais foram mantidas sob observação médica e posteriormente retiradas da cidade". Além do advogado Rodrigues, coordena a investigação o ufólogo Vitório Pacaccini, 31 anos, que mora em Belo Horizonte e deslocou-se para a região nas últimas semanas. Ambos juram que já ouviram 14 testemunhas das aparições do ET, entre elas quatro militares. Mas se recusam a revelar qualquer nome ou prova, além da foto de uma suposta entrevista com um dos militares que teriam participado da operação. Os ufólogos sustentam que uma criatura teria sido capturada por quatro homens do Corpo de Bombeiros de Varginha às 10h30 do dia 20 de janeiro, nas imediações de um bosque, a apenas três quarteirões do terreno baldio no qual as garotas teriam visto um alienígena cinco horas depois. Colocado numa caixa de madeira coberta por um pano branco, o ET, afirmam os ufólogos, foi imediatamente levado por um caminhão militar para a Escola de Sargento das Armas (ESA), na cidade de Três Corações, a 25 quilômetros de Varginha.
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